O lançamento do Diagnóstico do Etnoturismo na Amazônia Legal, ocorrido em Feijó, no Acre, trouxe à tona os desafios e o potencial da visitação sustentável em territórios indígenas. O estudo, realizado pelo Instituto Samaúma, com apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), visa estruturar a cadeia de serviços turísticos de base comunitária nas Terras Indígenas da Amazônia Legal. O secretário de Economia Verde, Rodrigo Rollemberg, destacou que as informações do diagnóstico serão fundamentais para o desenvolvimento de políticas públicas e boas práticas que promovam a sustentabilidade e o crescimento econômico local.
A pesquisa identificou que o turismo em comunidades indígenas tem ganhado espaço nos últimos anos, com um aumento de 30% no número de visitantes entre 2018 e 2023, sendo a maioria brasileiros. O estudo analisou 14 iniciativas de turismo em Terras Indígenas de 23 etnias em cinco estados, revelando uma variedade de modelos de negócios. Embora o turismo já seja uma fonte importante de renda para algumas comunidades, ele ainda representa uma atividade complementar em outras, com desafios ligados à gestão administrativa e financeira, como a dificuldade de acesso a serviços bancários e à internet.
Para apoiar o desenvolvimento dessas iniciativas, o estudo também resultou em um Guia de Boas Práticas, com orientações sobre como transformar o turismo de base comunitária em negócios sustentáveis. O manual oferece três passos para ajudar as comunidades a diagnosticar suas necessidades, garantir transparência e planejar visitas adequadas. Durante o evento de lançamento, representantes do PNUD elogiaram a iniciativa, ressaltando a importância de promover a troca cultural e a preservação ambiental por meio do turismo responsável nas comunidades da Amazônia.