A comunicação do governo Lula tem enfrentado crescentes críticas dentro do PT, especialmente após um seminário do partido que discutiu os rumos da gestão. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reconheceu as falhas e reforçou a insatisfação com a condução da comunicação, particularmente em relação ao ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta. Auxiliares do presidente e dirigentes do PT consideram que Pimenta está desgastado e deve ser substituído no início de 2025, enquanto Lula também se compromete a adotar uma postura mais ativa na comunicação, incluindo mais entrevistas e pronunciamentos públicos.
Outro ponto de insatisfação é a falta de avanço nas licitações para a contratação de empresas especializadas em comunicação digital, essencial para equilibrar o debate nas redes sociais e fortalecer a imagem do governo. O impasse com a licitação, interrompida em julho devido a suspeitas de vazamento, comprometeu a estratégia digital do governo, prejudicando a capacidade de se contrapor aos ataques da extrema-direita nas plataformas online. Lula também expressou a necessidade de melhorar a coordenação interna no Planalto, afirmando que a falta de um núcleo centralizado tem dificultado o andamento das estratégias políticas e a comunicação com a população.
Em meio a essas mudanças internas, o marqueteiro Sidônio Palmeira, que já trabalhou com Lula na campanha de 2022, surge como possível substituto de Pimenta, embora tenha recusado o cargo anteriormente. Outros nomes, como o jornalista Laércio Portela, também são cogitados para assumir a Secom. Paralelamente, há uma crescente pressão de partidos do centro, como o PSD, por uma ampliação de sua representatividade na Esplanada dos Ministérios, o que pode levar a novas trocas no governo nos próximos meses, buscando reorganizar o time de ministros para a segunda metade do mandato.