A desertificação já afeta até 40% das terras do planeta e está em processo de aceleração devido às mudanças climáticas. Regiões áridas, que sustentam 45% da agricultura mundial, enfrentam seca extrema, o que contribui para a degradação do solo e a perda de vegetação. O impacto da desertificação é ainda mais grave para as populações que vivem nesses territórios, com previsão de que até 75% da população mundial possa ser afetada pela escassez de água até 2050. A desertificação também agrava questões sociais, como a dificuldade das mulheres em acessar terras e recursos, o que afeta negativamente a saúde dos solos e a biodiversidade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) tem alertado sobre a necessidade urgente de restaurar áreas degradadas, com a meta de recuperar 1,5 bilhão de hectares até 2030. Em resposta, iniciativas de restauração estão sendo implementadas, como a construção de meias-luas para retenção de água no oeste da África e o projeto da Grande Muralha Verde, na região do Sahel, para evitar a expansão do deserto do Saara. No entanto, essas ações enfrentam desafios financeiros e de execução, o que tem dificultado o alcance de metas ambiciosas de restauração.
Além da degradação ambiental, a desertificação também provoca uma perda de biodiversidade e afeta negativamente a produção de alimentos, resultando em insegurança alimentar, pobreza e migração forçada. A ONU enfatiza que a terra saudável é crucial para o bem-estar humano e a estabilidade econômica, pois garante a produção de alimentos, a regulação do clima e o suporte a ecossistemas essenciais. Assim, restaurar o solo e promover práticas agrícolas sustentáveis são fundamentais para reverter os danos e garantir a sustentabilidade das comunidades que dependem dessas terras.