Após a derrubada do regime de Bashar al-Assad, a construção de um novo sistema de governo na Síria representa um grande desafio para os rebeldes que tomaram o poder. Jerome Drevon, analista especializado em conflitos modernos, destacou que a coalizão rebelde é composta por uma grande diversidade de grupos, o que torna ainda mais difícil alcançar consenso sobre a governança do país. Drevon observou que, enquanto alguns grupos têm maior organização e estrutura, como o Hayat Tahrir al-Sham, outros são mais locais e menos estruturados, o que cria uma situação política complexa.
Além disso, Drevon apontou que, para garantir a estabilização da Síria após a queda do regime, países como Turquia, Catar e outros membros do Golfo, assim como potências europeias, provavelmente desempenharão papéis importantes. No entanto, ele alertou que esses países também podem se envolver com o objetivo de proteger seus próprios interesses regionais, o que poderia complicar ainda mais o processo de reconstrução e a criação de um governo estável e inclusivo.
A situação no pós-Assad exige uma análise cuidadosa, pois, além das disputas internas entre os grupos rebeldes, a presença de potências externas, com seus interesses geopolíticos, pode influenciar decisivamente o futuro político da Síria. Para os sírios, a construção de um governo que represente verdadeiramente todas as facções e que garanta a paz será um enorme desafio, exigindo uma delicada negociação entre os diferentes atores nacionais e internacionais.