A confiança e a credibilidade, pilares essenciais da economia, estão no centro da atual disputa política do governo federal. Apesar de apresentar dados positivos sobre crescimento e emprego, a gestão enfrenta resistência dos agentes econômicos, que desconfiam da sustentabilidade das políticas adotadas. Essa desconfiança decorre, sobretudo, da percepção de que a estratégia governamental prioriza a expansão dos gastos públicos em detrimento do equilíbrio fiscal.
O foco do governo na popularidade e na criação de um momento político favorável para as eleições de 2026 agrava a divergência com o setor econômico. Enquanto o presidente parece apostar na fórmula tradicional de sua legenda, baseada em maiores gastos, os agentes econômicos demonstram preocupação com o agravamento da situação fiscal, manifestada por juros altos, inflação persistente e aumento da dívida pública. Para eles, o governo não está adotando medidas concretas para atacar esses problemas estruturais.
O debate intensifica-se devido à percepção de urgência compartilhada por ambas as partes. Enquanto o governo vê o calendário eleitoral como um fator premente para consolidar sua agenda, os agentes econômicos acreditam que os problemas fiscais podem comprometer ainda mais o cenário econômico antes mesmo das eleições. Esse impasse reflete uma luta entre as prioridades políticas de curto prazo e as exigências econômicas de médio e longo prazo.