A Região Metropolitana de Ribeirão Preto enfrenta grandes desafios na área da saúde pública, com muitos moradores necessitando se deslocar longas distâncias para acessar atendimento médico especializado. Dados mostram que das 5.412 unidades de saúde no Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII), mais da metade (3.042) está concentrada na cidade de Ribeirão Preto, o que cria um desequilíbrio no acesso aos serviços de saúde em outras cidades da região. Algumas localidades, como Altinópolis e Barrinha, enfrentam a ausência de centros especializados, dificultando o atendimento para uma população crescente.
Gonzalo Vecina, médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa, aponta falhas no sistema de saúde, como a falta de um planejamento eficiente para o agendamento e o deslocamento de pacientes. Ele sugere que, embora a telemedicina seja uma solução parcial, seja necessário um esforço maior para a regionalização da saúde, com o fortalecimento dos serviços em cidades menores. A proposta é garantir que especialidades mais comuns, como cardiologia, sejam acessíveis em municípios vizinhos, evitando que pacientes precisem viajar até Ribeirão Preto para atendimentos básicos.
A regionalização já está sendo abordada pelo Governo de São Paulo, que, por meio da Secretaria Estadual de Saúde, está promovendo um diagnóstico situacional para identificar as lacunas no atendimento e incentivar a oferta de serviços médicos em regiões mais carentes. A pressão sobre o Hospital das Clínicas, principal centro de referência da região, aumenta devido ao alto número de pacientes de cidades vizinhas, especialmente nas áreas especializadas, como ortopedia. A implementação de estratégias mais locais e a ampliação da telemedicina são vistas como formas de aliviar o sistema de saúde e proporcionar atendimento mais próximo da população.