Deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) protocolaram, nesta sexta-feira (6), um pedido de impeachment contra o secretário estadual de Segurança Pública, devido à alegação de omissão e falhas na gestão frente a abusos de poder e violência policial. A petição, assinada por 26 parlamentares, critica a administração do secretário, apontando que casos de agressões e homicídios cometidos por policiais se repetem de forma sistemática, evidenciando um padrão de insubordinação e violência. Os deputados afirmam que a gestão não tem tomado as medidas adequadas para combater abusos e o racismo nas operações policiais.
O pedido de impeachment lista 12 incidentes de violência policial ocorridos nos últimos dois anos, incluindo casos de tortura e morte envolvendo cidadãos, além de confrontos em que há divergências entre os relatos policiais e as evidências, como filmagens de câmeras de segurança. Entre os casos citados, estão a morte de um vendedor ambulante, encontrado com sinais de tortura, e a de um estudante de medicina, supostamente morto por um policial em circunstâncias que contradizem a versão oficial. Outro caso citado é o de um entregador arremessado de uma ponte por um policial, o que gerou indignação pública.
Em resposta ao pedido, a Secretaria de Segurança Pública informou que mantém suas corregedorias ativas e bem estruturadas, e que desde o ano passado mais de 280 policiais foram demitidos ou expulsos, com 414 agentes sendo presos, como demonstração do compromisso da instituição em lidar com desvios de conduta. A Secretaria defende que sua ação está alinhada com a responsabilidade de garantir a segurança pública e combater a criminalidade, assegurando que não há tolerância com profissionais que violam as normas.