O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) manifestou-se contrariamente a um projeto que tramita na Câmara dos Deputados e que propõe a obrigatoriedade do uso de câmeras corporais por policiais. A proposta, de autoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), busca tornar o equipamento obrigatório para todas as organizações de segurança pública, tanto militares quanto civis. Bilynskyj argumenta que a imposição do uso das câmeras descredibiliza o trabalho dos agentes, colocando-os em risco maior ao expô-los constantemente, e que a medida aumentaria significativamente os custos operacionais.
O projeto está em análise pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, que, conforme informado, é dominada por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. A proposta surge após a divulgação de imagens de câmeras de policiais do Rio de Janeiro, exibidas no programa “Fantástico”, que mostraram abusos cometidos por agentes e manipulação de versões oficiais de ocorrências. Esses registros incluíram cenas de violência policial, como o disparo contra um suspeito rendido.
Uma pesquisa recente, realizada pela Fundação Getúlio Vargas e pela USP, apontou que, em algumas unidades da Polícia Militar de São Paulo, o uso de câmeras corporais reduziu em 57% o número de mortes decorrentes de intervenções policiais, sem prejudicar a eficácia das operações. A avaliação, divulgada em janeiro de 2024, sugere que o uso das câmeras pode trazer benefícios tanto para a transparência quanto para a segurança pública, embora ainda haja resistência à ampliação do uso do equipamento.