O deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) protocolou um parecer contrário a um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados, que propõe tornar obrigatório o uso de câmeras corporais por policiais. A proposta, de autoria da deputada Erika Kokay (PT-DF), está em análise pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e visa implementar o uso dessas câmeras em todas as instituições de segurança pública, tanto militares quanto civis. Bilynskyj argumenta que a obrigatoriedade do equipamento prejudicaria a credibilidade e o prestígio dos policiais, além de aumentar os riscos para esses profissionais que já enfrentam situações perigosas no combate ao crime.
O relator do projeto também destacou que a ampliação da exigência para órgãos que não atuam diretamente na linha de frente da segurança pública resultaria em custos elevados, sem uma justificativa clara para tais instituições. Além disso, o parecer argumenta que, no caso da Polícia Militar, a imposição do uso de câmeras corporais poderia descreditar o trabalho dos policiais, especialmente no contexto das atividades intensas e de risco em que atuam diariamente.
Por outro lado, dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas em parceria com a USP, divulgados em janeiro de 2024, apontaram que, em algumas unidades da Polícia Militar de São Paulo, o uso de câmeras corporais resultou em uma redução de 57% no número de mortes durante intervenções policiais, sem comprometer a efetividade das operações. Essas informações geram um contraponto importante ao debate sobre os benefícios do uso do equipamento nas corporações policiais.