O Departamento de Justiça dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira (12) um relatório que refuta a teoria de que agentes infiltrados do FBI tenham incitado ou participado do ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021. A investigação, conduzida pelo inspetor-geral Michael Horowitz, não encontrou evidências de que o FBI tivesse agentes disfarçados entre os manifestantes ou no interior do Congresso. A alegação, disseminada por figuras da direita e parte da mídia, afirmava que agentes do FBI teriam ajudado a orquestrar a invasão, mas o relatório não validou tais afirmações.
O documento, que tem 88 páginas, destaca que, apesar da ausência de agentes infiltrados, 26 fontes humanas confidenciais (CHS) do FBI estavam em Washington no dia do ataque. Três dessas fontes estavam monitorando atividades relacionadas ao terrorismo doméstico, enquanto as demais estavam na cidade por razões pessoais. O relatório esclarece ainda que nenhuma dessas fontes teve permissão para acessar áreas restritas do Capitólio ou participar de atividades ilegais, e que não houve instruções do FBI para incitar qualquer ato criminoso no evento.
Além de desmentir a teoria conspiratória, o relatório apontou falhas na coleta de inteligência pelo FBI antes do ataque. A investigação revelou que a agência não havia feito uma análise adequada das informações disponíveis, incluindo relatos de suas fontes confidenciais, para identificar potenciais ameaças à certificação da vitória eleitoral de 2020. A invasão do Capitólio resultou em mais de 1.500 pessoas indiciadas, e o ex-presidente sugeriu que perdoaria a maioria dos envolvidos, ao assumir o cargo em 2021.