Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 14 trabalhadores em condições análogas à escravidão durante o festival Rock in Rio 2024. Os trabalhadores, contratados por uma empresa terceirizada, desempenhavam funções de limpeza e transporte de equipamentos, mas foram encontrados em condições degradantes, como alojamentos precários, jornadas exaustivas sem intervalos adequados e sem remuneração após o evento. O resgate ocorreu em setembro, mas as informações vieram à tona apenas em dezembro.
A organizadora do evento declarou repúdio às acusações, alegando que segue rigorosos padrões de contratação e que as irregularidades foram exclusivas da empresa terceirizada responsável. Em sua defesa, a empresa afirmou ter tomado medidas imediatas ao ser informada das condições dos trabalhadores, notificando a terceirizada e colaborando com as autoridades. No entanto, a Rock World optou por não assinar um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo MPT, argumentando que os fatos ainda estão sob apuração no âmbito legal.
As denúncias resultaram na lavratura de 32 autos de infração, 21 contra a terceirizada e 11 contra a organizadora. O caso destaca questões estruturais em eventos de grande porte no Brasil, apontando para desafios na garantia de condições dignas de trabalho em setores que dependem de mão de obra intensiva e terceirizada. As investigações prosseguem, e as empresas envolvidas têm prazo para apresentar suas defesas.