A Justiça da Bahia decretou a prisão preventiva de dois suspeitos acusados de operar um esquema de desvio de doações realizadas por telespectadores de um programa de TV voltado a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Segundo o Ministério Público do estado, a investigação aponta para a atuação de um grupo criminoso estruturado e hierarquizado, que desviava os valores arrecadados para contas pessoais, beneficiando-se do contexto de solidariedade criado pelo programa. As acusações incluem apropriação indébita, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O caso veio à tona após a denúncia de um doador, que notou divergências nas contas bancárias indicadas para contribuições. Uma investigação interna conduzida pela emissora revelou que, de mais de R$ 543 mil arrecadados, apenas 25% chegaram às vítimas. A maior parte foi apropriada pelo grupo, que supostamente envolvia jornalistas responsáveis pelo programa e pessoas próximas a eles. O Ministério Público detalhou a participação de 12 acusados, apontando para uma divisão de tarefas bem definida entre os integrantes.
As vítimas eram pessoas vulneráveis que participavam de reportagens contando suas histórias, acreditando que receberiam integralmente as doações feitas por telespectadores. A defesa dos principais acusados nega as acusações e argumenta que as provas ainda não foram analisadas judicialmente, pedindo cautela na divulgação de informações. O caso segue sob apuração, com impacto significativo sobre a confiança do público em ações de solidariedade mediadas por programas de televisão.