Uma denúncia feita por um preso do sistema penitenciário do Rio de Janeiro revelou um esquema de extorsão envolvendo policiais penais e profissionais de saúde do Hospital Penal Hamilton Agostinho. O detento relatou que estava sendo pressionado a pagar R$ 600 mil para obter um laudo médico que o beneficiaria com a prisão domiciliar após uma cirurgia. O caso foi encaminhado à Corregedoria da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), que iniciou uma investigação sobre os envolvidos, incluindo médicos, enfermeiros, advogados e outros servidores da unidade.
O preso, identificado como Cleiton Oliveira Meneguit, que passou por uma cirurgia de redução de estômago e vesícula, denunciou que foi retirado da cela por duas vezes para ser coagido a pagar valores exorbitantes. As investigações da Seap indicaram a participação de funcionários do alto escalão do hospital penitenciário, como o diretor e subdiretores da unidade. Além disso, foram apresentados registros de transferências bancárias que comprovariam os pagamentos exigidos pelo grupo criminoso, que teria como objetivo manipular laudos médicos em benefício de presos.
Após a denúncia, os responsáveis pela extorsão foram afastados de suas funções, e a investigação foi encaminhada ao Ministério Público do Rio de Janeiro. Os advogados envolvidos também estão sendo investigados, sendo que um encontro entre eles e o detento, realizado sem o conhecimento oficial, levantou suspeitas sobre a operação ilícita. A Seap se comprometeu a punir os envolvidos e a seguir com a apuração, destacando que a maioria dos profissionais da área penitenciária não compactua com tais práticas.