O ex-secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro e um traficante de renome foram denunciados por envolvimento em práticas de corrupção ativa e passiva. A acusação foi formalizada pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAECO/MPRJ), com base em investigações que apontam a facilitação da libertação de um criminoso, mesmo com um mandado de prisão em aberto. O ocorrido teve lugar em julho de 2021, quando o traficante foi liberado de uma unidade prisional no Complexo de Bangu.
A denúncia sugere que a soltura do criminoso foi parte de um acordo ilícito entre as partes, no qual o apoio político de uma facção criminosa seria trocado por favores políticos em uma possível campanha eleitoral futura do ex-secretário. Áudios obtidos durante a investigação indicam uma relação próxima entre os envolvidos, incluindo conversas que sugerem apoio nas eleições de 2022. O caso está sendo analisado na 42ª Vara Criminal da Comarca da Capital, e o Ministério Público aponta que esses elementos são fundamentais para a configuração dos crimes de corrupção.
Até o momento, não houve resposta por parte da defesa dos citados nem da Secretaria de Administração Penitenciária, embora as investigações continuem em andamento. O caso traz à tona questões sérias sobre a relação entre política e crime organizado, além de evidenciar a possibilidade de tráfico de influência em esferas de poder no estado do Rio de Janeiro. O desfecho do processo poderá revelar mais detalhes sobre a dinâmica de corrupção envolvendo autoridades e facções criminosas.