A defesa do ex-ministro de Estado Walter Braga Netto solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que revogue sua prisão preventiva, imposta em dezembro de 2023, no âmbito de um inquérito sobre um suposto golpe de Estado. Os advogados do ex-ministro alegam que não há justificativas para a medida extrema, destacando que Braga Netto não tem histórico de desobediência ou comportamentos que justifiquem sua prisão. A defesa argumenta ainda que as acusações que motivaram sua prisão são baseadas em versões contraditórias de um colaborador, sem evidências claras de envolvimento ou ações ilícitas por parte do ex-ministro.
A Polícia Federal (PF) alega que Braga Netto tentou obstruir investigações relacionadas ao caso, incluindo tentativas de obter informações sigilosas sobre uma delação premiada de um colaborador, e de alinhar versões com aliados. No entanto, os advogados do ex-ministro contestam essas alegações, afirmando que as provas utilizadas pela PF, como a troca de mensagens apagadas e documentos apreendidos, não têm consistência suficiente para sustentar a prisão. Eles argumentam ainda que a PF interpretou de forma equivocada os fatos e que as medidas cautelares poderiam ser uma alternativa à prisão preventiva.
Por outro lado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestou contra a revogação da prisão, sustentando que os motivos que levaram à decretação da medida permanecem válidos e que há provas suficientes para indicar que Braga Netto representa um risco à ordem pública e ao andamento das investigações. O ex-ministro é um dos 40 indiciados no inquérito, sendo apontado como uma figura central no suposto esquema golpista. O caso segue sob análise do ministro Alexandre de Moraes, do STF.