Maria José, mais conhecida como Roxinha, teve uma trajetória de vida marcada por trabalhos pesados antes de se dedicar à arte. Com 18 anos, casou, e ao longo de sua vida exerceu atividades como trabalhar na roça, varrer ruas e quebrar pedras para produzir paralelepípedos. Foi somente aos 64 anos que ela teve a oportunidade de se reinventar e se dedicar ao desenho, algo que se tornou sua grande paixão e fonte de renda. Roxinha compartilha que sua motivação para começar a desenhar veio de um incentivo do marido, Domingos, que sugeriu que ela começasse a desenhar para diminuir a saudade da filha, que se mudara para outra região.
Com pouca experiência, Roxinha começou a desenhar de maneira improvisada, mas logo desenvolveu seu talento. Suas obras, que representam o cotidiano do sertão, com um olhar simples e cheio de criatividade, logo chamaram atenção. Atualmente, seu trabalho é reconhecido em várias galerias do Brasil, e ela também ministra oficinas ensinando a técnica que utiliza. Sua arte reflete a vida simples e resiliente do sertão de Alagoas, e seu ateliê em Pão de Açúcar se tornou um ponto de visitação obrigatório na região.
A história de Roxinha exemplifica como a reinvenção pode ocorrer em qualquer fase da vida, independentemente das dificuldades enfrentadas. De um trabalho árduo no campo e nas ruas, ela se tornou uma artista admirada por sua habilidade e dedicação. Hoje, suas pinturas não apenas retratam sua própria trajetória, mas também contam histórias do sertão, com uma beleza única e autenticamente nordestina.