Dalton Trevisan, um dos maiores nomes da literatura brasileira, faleceu aos 99 anos em sua casa em Curitiba, na segunda-feira, 9 de dezembro. Conhecido por sua postura reclusa, o autor dedicou-se a escrever e publicar suas obras, apesar de evitar o convívio social e a participação em eventos literários. Sua última publicação, uma antologia de contos, foi lançada em 2022, com apenas 50 exemplares. Nos últimos anos, Trevisan residia em um apartamento no centro de Curitiba, onde revisitou e reorganizou sua produção literária.
Nascido em 1925 em Curitiba, Dalton Trevisan iniciou sua carreira literária na década de 1940, com obras que rapidamente marcaram sua presença no cenário literário nacional. Sua escrita, característica pelo estilo minimalista e pela análise das relações humanas, lhe garantiu reconhecimento com prêmios como o Jabuti e o Prêmio Camões. Entre suas principais obras, destacam-se *Novelas Nada Exemplares* (1959), *Cemitério dos Elefantes* (1964) e *O Vampiro de Curitiba* (1965), que consolidaram seu apelido por sua vida isolada e sua aversão à fama.
Ao longo de sua trajetória, Trevisan também se destacou em adaptações para o cinema, como a de seu livro *A Guerra Conjugal*, que virou um filme premiado. Sua obra foi recentemente transferida para a Editora Todavia, que preparava edições especiais para celebrar seu centenário em 2025. O legado de Dalton Trevisan é imensurável, não apenas por suas contribuições literárias, mas também pela maneira única com que escolheu viver e criar em uma constante busca pela reflexão e pelo aperfeiçoamento de sua arte.