Em 2070, mais de um terço da população brasileira será composta por idosos, o que aumenta a demanda por cuidadores de idosos. Esta profissão, que atualmente não é regulamentada, já tem mostrado crescimento significativo, com um aumento de 15% entre 2019 e 2023, refletindo a necessidade de apoio a uma população envelhecida. O trabalho de cuidadores, muitas vezes invisível e realizado em sua maioria por mulheres, tem sido fundamental na assistência diária aos idosos, mas também enfrenta desafios como a falta de qualificação e a sobrecarga emocional dos profissionais, que frequentemente se envolvem de maneira intensa com os cuidados.
Rodrigo Rafael de Camargo, exemplo de cuidador, compartilha como sua experiência com idosos transformou sua vida e percepção profissional. Ele, como outros cuidadores, lida com o desgaste físico e psicológico da profissão, especialmente quando há uma relação afetiva estreita com a pessoa que está sendo assistida. Especialistas apontam que a falta de formação específica para a função pode resultar em riscos à saúde do cuidador e à qualidade do cuidado, com consequências, inclusive, para a saúde mental desses profissionais, que enfrentam lutos e situações de stress sem o devido preparo.
O futuro da profissão de cuidador de idosos no Brasil depende, em grande parte, da regulamentação e de políticas públicas que garantam a qualificação dos trabalhadores e a formalização do serviço. Propostas como a Política Nacional de Cuidado, atualmente em tramitação no Congresso, visam institucionalizar a profissão e promover melhores condições de trabalho. No entanto, especialistas alertam que a responsabilidade pelo cuidado de idosos não pode recair apenas sobre as famílias, especialmente em um país onde o envelhecimento populacional traz novas demandas e desafios econômicos e sociais.