Líderes cristãos na Síria aconselharam a comunidade a diminuir as celebrações de Natal em 2024, apesar das promessas feitas por novos governantes islâmicos, que garantiram liberdade religiosa para todas as crenças. Essas restrições autoimpostas refletem a desconfiança gerada por anos de conflito e pela recente ascensão de grupos islâmicos ao poder, em meio a uma população religiosa diversa que vive sob a sombra de décadas de repressão e de uma guerra civil de treze anos.
O principal grupo atualmente no poder, o Hayat Tahrir al-Sham (HTS), afirmou que protegerá as minorias religiosas e não buscará vingança contra o regime de Bashar al-Assad, que era predominantemente alauíta. No entanto, os cristãos permanecem cautelosos, pois, apesar das declarações públicas do líder do HTS, alguns incidentes preocupantes ocorreram em áreas predominantemente cristãs, como em Hama e Damasco, onde ataques a igrejas e provocações a moradores geraram temores de uma escalada de hostilidade.
Embora o HTS busque ganhar a confiança da população com promessas de segurança e respeito às minorias, o comportamento de algumas facções armadas e incidentes como o ataque a uma igreja ortodoxa grega e mensagens ameaçadoras em bairros cristãos indicam que a situação ainda é instável. A desconfiança entre as comunidades religiosas persiste, dificultando a construção de uma paz duradoura e o fortalecimento de uma convivência mais harmônica em um contexto de governança ainda emergente.