O presidente da Coreia do Sul enfrentou uma grave crise política após decretar uma lei marcial na terça-feira (3), medida que restringia direitos civis e gerou forte reação tanto da oposição quanto da população. O Partido Democrático, principal força de oposição, protocolou um pedido de impeachment contra o presidente, o qual foi formalmente apresentado no Parlamento na quarta-feira (4). A moção é uma resposta ao decreto de lei marcial, que foi rapidamente derrubado por uma votação de urgência realizada pelos deputados, com apoio de 190 parlamentares, que restabeleceram os direitos civis da população. A medida levou a uma série de protestos nas ruas, com manifestantes exigindo a renúncia do chefe do Executivo.
Após a revogação da lei marcial, Yoon Suk Yeol criticou a Assembleia Nacional e as ações da oposição, que considerou uma tentativa de paralisar o governo. A crise política também resultou em renúncias dentro do governo, incluindo altos assessores do presidente, enquanto a população sul-coreana se mostrou cada vez mais insatisfeita com sua gestão. O pedido de impeachment, se aprovado, poderá suspender o presidente e transferir o poder para o primeiro-ministro enquanto o Tribunal Constitucional analisa o caso. Em caso de confirmação da destituição, novas eleições presidenciais teriam que ser convocadas dentro de 60 dias.
O incidente ocorreu em meio a um cenário político conturbado, onde o presidente enfrenta uma baixa popularidade, agravada pela derrota do governo nas eleições legislativas e pela crescente insatisfação com sua administração. Além disso, o governo se viu envolvido em polêmicas, como acusações de corrupção envolvendo a primeira-dama e tensões com a oposição, que rejeitou o orçamento proposto pelo governo e avançou com cortes significativos em áreas de gasto público. A situação reflete uma grave polarização política e desafios para o Executivo em meio a uma crise política sem precedentes no país.