A saúde pública de Fortaleza enfrenta uma grave crise, com relatos de pacientes e profissionais sobre a falta de materiais, medicamentos e alimentos, além de salários atrasados para trabalhadores da área. Hospitais e unidades de saúde como o Instituto Dr. José Frota (IJF), um dos maiores da cidade, estão com dificuldades estruturais que comprometem o atendimento, como a suspensão de cirurgias, falta de insumos e paralisação de ambulâncias. Os problemas afetam tanto os usuários quanto os profissionais de saúde, que lidam com uma sobrecarga diária de tarefas e a escassez de recursos essenciais.
O Ministério Público do Estado do Ceará iniciou investigações sobre a situação, cobrando respostas da Prefeitura de Fortaleza e realizando inspeções nas unidades de saúde. Entre as denúncias, destaca-se a falta de alimentos no IJF, o que gerou protestos de trabalhadores e pacientes. A situação também se agrava com a escassez de medicamentos, especialmente para pacientes com doenças crônicas, como HIV, que enfrentam dificuldades em retirar remédios essenciais devido à falta de atendimento nas farmácias das unidades.
A Prefeitura anunciou que parte do problema será amenizada com o repasse de verbas federais, incluindo R$ 19,1 milhões para o IJF e a Santa Casa de Misericórdia, mas a falta de previsibilidade nos repasses tem gerado incertezas. Apesar das medidas temporárias, as paralisações de funcionários e a escassez de recursos continuam a afetar diversos serviços de saúde, incluindo UPAs e policlínicas. A situação é uma combinação de gestão financeira, falhas operacionais e a crise de abastecimento, exigindo uma resposta rápida e efetiva para evitar o colapso completo do sistema de saúde municipal.