O governo de São Paulo enfrenta uma crise na área de segurança pública, agravada por uma série de casos de violência policial e acusações de enfraquecimento dos mecanismos de controle da Polícia Militar. O governador Tarcísio de Freitas e o secretário de segurança pública, Guilherme Derrite, estão sendo pressionados devido ao aumento de casos de letalidade policial, que cresceram 75% em relação ao ano passado, com 496 mortes de janeiro a setembro de 2024. Em meio a essa crise, Tarcísio se reuniu com o comando da PM para discutir a implementação de um novo sistema de câmeras corporais para os policiais, que poderia substituir o modelo atual, controverso e com altos custos.
O novo sistema de câmeras proposto gerou preocupações sobre sua eficácia e custos. Tarcísio questionou se as câmeras poderiam ser desligadas pelos policiais e sobre os custos envolvidos em sua instalação e manutenção, uma vez que o modelo atual tem se mostrado caro e limitado a uma parte da corporação. A mudança para o novo sistema, que permitiria maior controle sobre os registros das ações policiais, gerou um debate sobre a necessidade de financiamento e ampliação do programa para toda a PM, levando a questionamentos sobre a viabilidade financeira da proposta.
Além disso, a pressão sobre o governo aumentou com manifestações públicas contra a gestão de Derrite, incluindo faixas que criticavam a atuação do secretário e do governador. Recentemente, surgiram alegações de uso indevido de recursos públicos, como o uso de um helicóptero da PM para fins particulares. A Assembleia Legislativa tem cobrado explicações sobre esses casos, e a pressão sobre o secretário aumentou, especialmente após denúncias de favorecimento a aliados políticos. O governo, por sua vez, defendeu que as viagens do secretário seguem as normas legais, mas o caso gerou um ambiente de insegurança política e institucional, com investigações sendo solicitadas.