A situação crítica da saúde pública em Goiânia levou o Ministério Público de Goiás (MPGO) a solicitar uma intervenção estadual no setor, visando restabelecer a normalidade nos serviços e garantir o cumprimento de decisões judiciais. O pedido foi protocolado pelo procurador-geral de Justiça, que detalhou um cenário de falhas graves, como falta de medicamentos, insumos e combustível para ambulâncias, além de denúncias de precariedade no atendimento e superlotação nas unidades de saúde. A crise se agravou após a prisão de membros da Secretaria Municipal de Saúde e a renúncia da secretária e de seus auxiliares, em um contexto de irregularidades administrativas e financeiras.
A intervenção foi solicitada após uma série de investigações e ações judiciais que não conseguiram resolver o problema. Entre as falhas identificadas, estão o descumprimento de repasses de verbas para hospitais e maternidades, longas filas de espera e a ausência de cuidados adequados a pacientes, como a transferência de pacientes intubados para leitos hospitalares. O MPGO, ao longo do ano, também realizou uma força-tarefa para investigar irregularidades em unidades de saúde, constatando problemas estruturais e operacionais que comprometem o atendimento à população.
O pedido de intervenção, que abrange as áreas de gestão da Secretaria Municipal de Saúde, Finanças e a fiscalização dos serviços prestados, é visto como uma medida extrema para assegurar a integridade do Sistema Único de Saúde (SUS) no município e garantir o cumprimento das obrigações constitucionais. O Tribunal de Justiça de Goiás agora deve avaliar o pedido, que visa corrigir a crise que impacta diretamente a vida e a saúde dos cidadãos goianienses.