O Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, suspendeu a partir de terça-feira (17) as consultas para novos pacientes com câncer devido a uma dívida de R$ 55 milhões com a Prefeitura de Goiânia. A decisão impacta diretamente 213 pacientes que estavam com atendimentos agendados até 15 de dezembro. A Associação de Combate ao Câncer de Goiás (ACCG), responsável pela gestão do hospital, informou que a medida foi tomada para garantir a continuidade do tratamento dos pacientes já em atendimento. A expectativa é que a normalização dos serviços ocorra no início de janeiro, mas a incerteza sobre o desbloqueio dos recursos dificulta qualquer previsão precisa.
A Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia afirmou que os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) estão bloqueados pela Justiça, o que impede o pagamento de dívidas com fornecedores e prestadores de serviços, incluindo o Hospital Araújo Jorge. A situação é um reflexo de uma crise na gestão da saúde do município, que culminou na intervenção do Estado e na prisão de integrantes da antiga administração, como parte de investigações sobre desvio de recursos públicos.
A dívida acumulada com o hospital, incluindo verbas de emendas parlamentares que não foram repassadas, tem gerado grande insegurança financeira. Profissionais de saúde e fornecedores ainda não receberam pelos serviços prestados, o que agrava a situação do hospital. A ACCG teme que a crise financeira continue a afetar o atendimento aos pacientes, especialmente aqueles que dependem de tratamentos de alta complexidade, como o câncer.