O mercado financeiro brasileiro está atravessando um período de crise de confiança, evidenciado pela queda no valor do real em relação ao dólar. Desde o início de novembro, a moeda americana avançou 4,2% frente ao real, uma variação maior em comparação a outras moedas de mercados emergentes. A incerteza interna, especialmente em relação à trajetória da dívida pública, tem sido apontada como um dos principais fatores dessa desvalorização.
O mercado havia sido otimista no final de 2023 com a aprovação do Arcabouço Fiscal, acreditando que ele traria previsibilidade à trajetória fiscal. No entanto, a atual situação revela que o governo tem enfrentado dificuldades em cumprir as regras fiscais estabelecidas, o que gerou um cenário de desconfiança e aumento da percepção de risco. A expectativa de um déficit zero neste ano não foi atendida, o que agravou a crise fiscal.
Em resposta a essa pressão, o governo tem afirmado que reformas fiscais estão sendo implementadas para controlar o crescimento do déficit. No entanto, a resistência do real diante de intervenções do Banco Central, como a venda de US$ 845 milhões, revela a dificuldade em reverter o cenário. A crise de confiança continua a afetar a relação entre as instituições financeiras e o governo, com o mercado aguardando sinais de moderação na política fiscal.