O Brasil registrou um crescimento de 0,9% no Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre de 2024, superando a previsão inicial do Ministério da Fazenda, que estimava um aumento de 0,7%. Esse desempenho impulsionou a expectativa de crescimento para o ano, que deverá ser revisada para mais de 3,3%, conforme nota divulgada pela Secretaria de Política Econômica (SPE). O aumento do PIB reflete principalmente a expansão do consumo das famílias e o crescimento dos investimentos, mesmo diante de um cenário fiscal mais restrito.
Apesar dos bons resultados, o desempenho do terceiro trimestre foi desigual entre os setores. A agropecuária apresentou queda acentuada, enquanto a indústria teve uma expansão mais modesta devido à redução na produção extrativa e na construção civil. Em contrapartida, o setor de serviços superou as expectativas, destacando-se como um dos principais responsáveis pelo crescimento. A taxa de investimento também apresentou evolução, passando de 16,6% no segundo trimestre para 17,6% no terceiro.
Para os próximos anos, a SPE espera um crescimento mais moderado em 2025, com destaque para setores menos cíclicos, como agropecuária e produção extrativa, que podem ajudar a atenuar a desaceleração provocada pelo aumento dos juros e pela redução de estímulos fiscais. Comparando com outros países do G-20, o Brasil ocupou a quarta posição em termos de crescimento trimestral, atrás apenas de México, Índia e Indonésia, e manteve a sexta melhor colocação no acumulado de quatro trimestres.