O endividamento das famílias brasileiras continua a crescer, especialmente entre aquelas com rendimentos de até três salários mínimos. Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio, oito em cada dez dessas famílias estão com algum tipo de dívida. A situação se agrava quando se observa que quase 13% das famílias afirmam não ter condições de quitar dívidas atrasadas, o maior índice já registrado em um mês de novembro. Esse cenário é ainda mais grave entre as famílias de menor renda, com a taxa ultrapassando os 18%.
O aumento do endividamento é explicado por diversos fatores, incluindo a falta de educação financeira da população, como apontado por especialistas. Muitos brasileiros recorrem ao crédito consignado, cujas altas taxas de juros, como os 4,5% ao mês, geram uma espiral de endividamento. Além disso, a renda real do trabalhador ainda não foi completamente recuperada após a pandemia, e o desemprego, apesar de estar em níveis historicamente baixos, não tem sido suficiente para garantir a estabilidade financeira das famílias.
Esse quadro de endividamento impacta não só as finanças pessoais, mas também a economia do país como um todo. Com o orçamento apertado, as famílias consomem menos, o que afeta o crescimento econômico. Especialistas sugerem que para reverter essa situação, é essencial adotar medidas como a redução das taxas de juros, controle da inflação e, principalmente, a promoção de educação financeira para a população. Caso contrário, o cenário de dificuldades financeiras pode se perpetuar.