Em Brasília, a pressão política intensifica-se à medida que se aproxima a votação do pacote de corte de gastos, uma pauta crucial para o equilíbrio fiscal do país. O Congresso, entretanto, se vê imerso em um cenário de tensões e retaliações após decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre emendas parlamentares. Deputados, especialmente do Centrão, demonstram resistência em avançar na votação do pacote, utilizando a pauta fiscal como forma de pressionar o governo devido à insatisfação com as restrições impostas ao Congresso.
O governo federal já adotou medidas, como a publicação de uma portaria para liberar emendas, mas a decisão ainda não satisfaz os deputados. Eles defendem que a votação do pacote de corte de gastos seja adiada para a semana seguinte, a última antes do recesso parlamentar, para avaliar a efetividade dessas ações. A movimentação dos parlamentares, que inclui a escolha de relatores, busca garantir o apoio do Centrão, considerado essencial para a aprovação das medidas, embora o cenário político seja complexo e os desafios sejam grandes.
Com o tempo pressionando devido à proximidade do recesso, o presidente da Câmara, Arthur Lira, declarou que o governo não possui os votos necessários para aprovar o pacote fiscal, que envolve temas polêmicos como mudanças no salário mínimo e restrições ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). O clima de tensão entre o Executivo e o Legislativo coloca em risco a aprovação do pacote e a estabilização das finanças públicas, enquanto os parlamentares continuam a debater e ajustar a proposta.