O corpo de um detido, identificado como Jesús Álvarez, que faleceu na prisão após ser preso durante os protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro na Venezuela, foi entregue aos familiares no sábado, 14. A morte ocorreu na prisão de máxima segurança de Tocuyito, mas as autoridades inicialmente negaram o falecimento, o que gerou protestos por parte de seus familiares. O filho da vítima, que soubera do ocorrido pelas redes sociais, confirmou a morte após ver uma fotografia fornecida pelo serviço de medicina forense.
O corpo de Álvarez foi encontrado em estado avançado de decomposição, o que indica que a morte ocorreu alguns dias antes de ser oficialmente reconhecida. A falta de informações sobre as causas da morte gera ainda mais incertezas sobre as condições em que ele estava detido. A mãe de Álvarez também se encontra presa, o que agrava ainda mais a situação da família. Esse caso é o segundo incidente fatal entre os detidos durante as manifestações contra a reeleição de Maduro, que resultaram em pelo menos 27 mortes.
Desde o início dos protestos, mais de 2.400 pessoas foram presas, e os familiares denunciam torturas, maus-tratos e falta de alimentos nos locais de detenção. O governo anunciou recentemente a libertação de algumas dessas pessoas, mas as organizações de direitos humanos apontam que muitas continuam em condições precárias e sem acesso a processos legais justos. As tensões políticas seguem altas, com a oposição denunciando irregularidades nas eleições e as autoridades tentando controlar a narrativa em torno das manifestações.