O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a taxa Selic em 1 ponto porcentual, alcançando 12,25% ao ano, com a perspectiva de novos aumentos no início de 2025. A decisão reflete o cenário inflacionário desafiador e a deterioração das variáveis econômicas, como a alta do dólar para R$ 6 e projeções de inflação mais distantes das metas. O comunicado reforçou a existência de riscos externos, ligados à incerteza sobre os juros nos Estados Unidos, e domésticos, incluindo uma percepção negativa sobre o pacote fiscal apresentado pelo governo.
A elevação da taxa foi bem recebida por parte do mercado, visto como um sinal do compromisso do Banco Central com a meta de inflação, apesar de críticas sobre os níveis elevados da Selic. O comunicado destacou que a reação dos agentes econômicos ao pacote fiscal impactou negativamente os preços de ativos, o câmbio e as expectativas inflacionárias, contribuindo para um cenário mais adverso.
Essa foi a última reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto, que será substituído em janeiro por Gabriel Galípolo. Com a entrada de novos diretores indicados pelo atual governo, o Copom terá uma nova configuração, agora com maioria de integrantes alinhados à administração vigente. Essa mudança deve influenciar os rumos da política monetária em um contexto de grande pressão fiscal e instabilidade econômica.