O Jinjiang Group, empresa contratada pela fabricante de veículos elétricos BYD, reagiu às alegações de que seus funcionários estavam sendo submetidos a condições análogas à escravidão em uma obra da BYD na Bahia. Em um comunicado divulgado em suas redes sociais, a empresa afirmou que as acusações eram baseadas em mal-entendidos e problemas de tradução, ressaltando que os trabalhadores estavam em conformidade com as leis locais. A BYD, por sua vez, cortou relações com o Jinjiang e expressou seu compromisso em colaborar com as autoridades brasileiras para esclarecer os fatos.
Na quarta-feira, auditores fiscais do Ministério do Trabalho do Brasil encontraram 163 trabalhadores chineses em condições de trabalho consideradas análogas à escravidão em uma construção da BYD, no estado da Bahia. A principal acusação foi de que os passaportes dos trabalhadores foram retidos pela empresa, o que foi interpretado como uma prática coercitiva. Contudo, o Jinjiang refutou essa alegação, afirmando que os passaportes foram entregues para facilitar a obtenção de documentos temporários necessários para os trabalhadores.
A disputa ocorre em um momento de expansão das operações da BYD no Brasil, que está estabelecendo uma fábrica com capacidade para produzir 150.000 veículos elétricos anualmente. A empresa chinesa também enfrenta mudanças nas tarifas de importação de carros elétricos no país, com um aumento planejado de 18% para 35% até 2026. A situação gerou reações tanto no Brasil quanto na China, com acusações de que interesses externos estariam tentando prejudicar as relações bilaterais entre os dois países.