O cientista político Cláudio Couto, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), comentou o atual impasse entre o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a regulamentação das emendas parlamentares. Segundo Couto, o Legislativo continua adotando uma postura pouco transparente na alocação desses recursos, o que já foi identificado pelo STF como um problema a ser resolvido. O Supremo indicou que uma regulamentação clara poderia solucionar essa questão, mas as propostas mais recentes do Congresso ainda não atendem plenamente a essa necessidade de transparência.
Couto observou que, embora o STF tenha destacado os problemas e sugerido soluções, o Congresso tem demonstrado resistência em avançar com uma regulamentação eficaz. O cientista político ressaltou que, mesmo diante das orientações do STF, a última proposta de regulamentação feita pelo Legislativo continua aquém do que seria necessário para resolver as falhas apontadas. Segundo ele, o Supremo não impôs uma solução específica, mas deixou claro que a falta de transparência precisa ser corrigida.
Apesar do embate entre os dois poderes, Couto não descarta a possibilidade de uma eventual acomodação. Ele mencionou declarações de lideranças políticas que sugerem que um consenso pode ser alcançado, mas alertou para o risco de que qualquer decisão nesse sentido, tomada pelo STF, seja mais política do que jurídica. Couto também previu que essa disputa ainda terá novos desdobramentos, uma vez que o Congresso não pode continuar com uma regulamentação que apenas simula uma solução para a questão das emendas parlamentares.