Em dezembro de 2024, a confiança do consumidor brasileiro caiu para o menor nível em seis meses, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 3,6 pontos, ficando em 92,0 pontos, o que representa a marca mais baixa desde junho. A queda foi observada em todas as faixas de renda, com maior intensidade entre os consumidores de menor poder aquisitivo. Esse resultado reflete um cenário de maior pessimismo em relação à economia, agravado pelo aumento da taxa de juros e pela pressão inflacionária, especialmente em itens essenciais como alimentos.
A diminuição da confiança se deu principalmente pela piora das expectativas futuras, mas também pela percepção negativa sobre a situação atual. O Índice de Expectativas (IE) caiu 4,9 pontos, atingindo 98,5 pontos, o menor nível desde junho. Por sua vez, o Índice da Situação Atual (ISA) teve uma redução de 1,4 ponto, chegando a 82,9 pontos, o valor mais baixo desde setembro. A maior queda foi registrada nas perspectivas sobre as finanças das famílias, com uma diminuição de 8,3 pontos, refletindo uma expectativa de piora na situação financeira nos próximos meses.
Esse aumento do pessimismo coincide com decisões recentes do Banco Central, que elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, com a previsão de mais aumentos. A medida busca controlar a inflação, que tem pressionado o orçamento das famílias brasileiras. Além disso, o governo federal tem adotado novas estratégias fiscais, o que também tem gerado incertezas econômicas. A combinação desses fatores, incluindo o impacto da alta do dólar, tem afetado diretamente a confiança do consumidor, que encerra o ano de 2024 de forma mais cautelosa e incerta sobre o futuro econômico.