O Índice de Confiança do Comércio (Icom), divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou aumento de 0,6 ponto em dezembro, alcançando 93,3 pontos, com crescimento de 1,1 ponto nas médias móveis trimestrais. O avanço reflete principalmente a melhora na avaliação do momento atual, impulsionada por fatores como um mercado de trabalho aquecido e aumento da renda familiar, apesar de expectativas ainda abaixo dos níveis de dezembro de 2023. A economista Geórgia Veloso destacou a persistência de incertezas para 2025, especialmente em relação a câmbio, juros e cenário fiscal, que preocupam o setor varejista.
A análise detalhada mostra que o Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 5,0 pontos, chegando a 99,9 pontos, o maior nível desde março de 2020. Essa alta foi motivada principalmente pelo aumento na percepção sobre a demanda atual e a situação dos negócios, que atingiram níveis também próximos aos pré-pandemia. Em contrapartida, o Índice de Expectativas (IE-COM) recuou 3,5 pontos, refletindo maior pessimismo sobre a tendência dos negócios para os próximos seis meses, mesmo com uma leve melhora nas perspectivas de vendas no curto prazo.
Ao longo de 2024, a confiança do comércio apresentou uma recuperação mais consistente, encerrando o ano em patamar superior ao de 2023, apesar de uma retração no terceiro trimestre. A melhora foi particularmente evidente nas avaliações sobre o momento presente, que superaram os níveis observados antes de eventos adversos como o desastre ambiental de maio. Contudo, oscilações nas expectativas permanecem, evidenciando desafios e incertezas para o setor varejista no futuro próximo.