O Brasil, com o início do verão no Hemisfério Sul, enfrenta um período de altas temperaturas e chuvas intensas, trazendo consigo riscos como alagamentos e ventos fortes. Esses eventos climáticos extremas resultam em perdas econômicas significativas, como as registradas no Rio Grande do Sul em 2024, onde a tragédia das enchentes gerou danos de R$ 89 bilhões, dos quais apenas R$ 6 bilhões estavam cobertos por seguros. A lacuna de proteção financeira é alarmante, representando 93% das perdas não seguradas, o que revela a falta de acesso e adesão da população a seguros que protejam contra desastres naturais. Esse panorama é um reflexo da baixa penetração do mercado de seguros no Brasil, que, apesar de seu grande potencial de crescimento, ainda não oferece soluções adequadas para a cobertura de catástrofes climáticas.
Em nível global, o problema da lacuna de proteção também é visível. Dados de 2023 indicam que, embora as catástrofes naturais tenham causado perdas econômicas de US$ 280 bilhões, apenas 38,6% desse total foi coberto por seguros. A comparação com eventos como o furacão Katrina, que em 2005 causou perdas de US$ 175 bilhões nos EUA, mostra que a proteção privada contra desastres naturais está muito aquém do necessário. No Brasil, o desafio é ainda mais grave, já que uma parcela significativa da população e dos bens não está devidamente segurada, o que exige um esforço conjunto para sensibilizar e integrar mais brasileiros ao mercado de seguros.
Diante dessa realidade, o setor de seguros no Brasil busca soluções para melhorar a cobertura de riscos relacionados a desastres naturais. Entre as iniciativas em andamento estão propostas como o seguro social de catástrofe, que prevê uma indenização automática para famílias afetadas por eventos extremos, e projetos de incentivo à adesão a seguros, como a criação de espaços de discussão na COP30. Além disso, existe uma crescente necessidade de ajustes regulatórios que promovam maior acesso a esses produtos e ampliem a inclusão da população. O mercado segurador precisa, portanto, se adaptar rapidamente às novas exigências climáticas, buscando reduzir as lacunas de proteção e aumentar a resiliência financeira diante de catástrofes naturais cada vez mais frequentes.