A Comissão Mista Permanente sobre Mudanças Climáticas (CMMC) realizou uma audiência pública para discutir a integração de compromissos climáticos internacionais com políticas nacionais de justiça social e sustentabilidade. Lideranças indígenas, extrativistas e especialistas apontaram o impacto desproporcional da crise climática sobre as comunidades tradicionais, destacando a necessidade de ações concretas para mitigar e adaptar-se aos eventos climáticos extremos. A reunião foi uma oportunidade para fortalecer o diálogo sobre como as políticas públicas podem melhor atender às demandas dessas populações.
Especialistas, como a representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, enfatizaram o papel fundamental das comunidades tradicionais na preservação ambiental, ressaltando a importância de preparar essas populações para enfrentar as mudanças climáticas. Apesar de os povos indígenas e comunidades tradicionais serem reconhecidos como bons conservadores da biodiversidade, ainda há um grande atraso na implementação de compromissos globais, como os do Acordo de Paris, o que compromete os avanços necessários. A necessidade de recursos adicionais e políticas públicas adequadas para o manejo sustentável também foi um tema abordado pelos participantes.
As lideranças comunitárias destacaram obstáculos significativos, como as ameaças aos direitos territoriais e a escassez de apoio técnico para a gestão de áreas protegidas. A juventude também foi mencionada como uma parte crucial na construção de soluções climáticas, com a necessidade de garantir espaços de decisão e reconhecimento para os jovens que vivem em áreas de preservação. O evento concluiu com a chamada para um esforço conjunto entre governo, sociedade civil e comunidades locais para criar políticas mais eficazes e inclusivas no enfrentamento da crise climática.