A Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática do Senado aprovou, nesta quarta-feira (11), um relatório sobre a reestruturação do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec). A empresa estatal, criada em 2008 para suprir a demanda interna de chips e semicondutores, desde sua fundação apresenta prejuízos e depende de aportes do governo federal. O relatório sugere a criação de um Fundo Nacional da Indústria de Semicondutores, com o objetivo de garantir a sustentabilidade financeira da Ceitec, que poderia se tornar autossustentável e gerar empregos qualificados a médio e longo prazo.
O senador Fernando Dueire, responsável pelo parecer, enfatiza que o Brasil não pode depender de outros países para a produção de semicondutores, especialmente após os impactos da pandemia e crises internacionais, como os terremotos em Taiwan, que afetaram a produção global de chips. Segundo o relator, a Ceitec tem potencial para se tornar competitiva no mercado regional, atendendo também às necessidades do Mercosul, com exemplos de sucesso de outras estatais, como a Embraer, que hoje é uma referência global no setor de aviação.
A Ceitec passou por diversas fases ao longo dos anos, incluindo a tentativa de privatização durante o governo Bolsonaro, mas o processo foi interrompido em 2022 pelo Tribunal de Contas da União e, mais recentemente, pelo governo atual. A proposta de reestruturação visa não apenas a recuperação financeira da empresa, mas também o fortalecimento da indústria nacional de tecnologia, com foco no desenvolvimento de semicondutores e no fomento à inovação no Brasil.