A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, na sexta-feira (6), o relatório preliminar do orçamento de 2025, que prevê um total de receitas e despesas de R$ 5,866 trilhões. Desse valor, R$ 1,655 trilhão será destinado ao refinanciamento da dívida pública federal. O documento destaca que as despesas obrigatórias representam 66,8% do orçamento fiscal e da seguridade social, totalizando R$ 2,7 trilhões, um crescimento de 9,6% em relação ao orçamento de 2024. Já as despesas discricionárias aumentam 3%, com uma redução no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 1,3%.
O relatório também inclui estimativas para indicadores macroeconômicos, como crescimento do PIB (2,64%), inflação (3,3%) e a taxa de juros Selic (9,61% ao ano). Embora o governo mantenha previsões otimistas, o mercado apresenta uma visão mais pessimista, principalmente em relação à política fiscal recente. O projeto prevê um déficit primário de R$ 40,4 bilhões para o governo central, mas excluindo valores relativos a precatórios, a projeção aponta para um pequeno superávit de R$ 3,7 bilhões.
A proposta de orçamento inclui investimentos em áreas como educação e saúde, com aumento de recursos para o Ministério da Educação (R$ 200,5 bilhões) e o Ministério da Saúde (R$ 228,3 bilhões). Também está prevista uma renúncia fiscal de R$ 543,7 bilhões, sendo que os maiores valores se referem a isenções para o Simples Nacional e a agricultura. Além disso, o projeto contempla um limite de despesas primárias de R$ 2,249 trilhões, com destaque para o aumento nas despesas com pessoal e previdência, que crescerão cerca de 10,4% em 2025.