A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou, nesta terça-feira (10), a indicação de três novos diretores para o Banco Central: Nilton José Schneider, Izabela Moreira Correa e Gilneu Astolfi Vivan. As propostas seguem para votação no Plenário, com os novos diretores defendendo o controle da inflação como prioridade da política monetária. Schneider foi indicado para a Diretoria de Política Monetária, Izabela para a Diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta, e Gilneu para a Diretoria de Regulação. As indicações receberam votos favoráveis e contrários durante a sabatina, que teve o aumento da taxa de juros e a política econômica do BC como temas centrais.
A sabatina foi marcada por debates sobre a alta da taxa Selic, que subiu de 10,5% em maio para 11,15% em novembro, e sobre a pressão política em torno da autonomia do Banco Central. Senadores de diferentes partidos questionaram os indicados sobre como pretendem lidar com os desafios fiscais e a especulação cambial. O senador Sergio Moro destacou a necessidade de manter o rigor na política monetária, enquanto Cid Gomes criticou a política de juros e a relação do BC com o mercado financeiro. Apesar das divergências, todos os indicados reiteraram o compromisso com o controle da inflação.
Os indicados explicaram suas abordagens sobre a política monetária e o papel do Banco Central em um cenário econômico desafiador. Nilton Schneider destacou a importância das reservas internacionais, mas afirmou que intervenções cambiais têm efeito temporário. Gilneu Astolfi defendeu o uso das taxas de juros para controlar a inflação e diminuir custos sociais a longo prazo. Izabela Correa ressaltou a importância da educação financeira e do fortalecimento da cidadania financeira no Brasil. A expectativa é que, com a aprovação no Plenário, os novos diretores possam enfrentar os desafios econômicos e financeiros do país com uma visão técnica e independente.