Estudos recentes têm questionado a visão tradicional sobre o colesterol elevado, especialmente em idosos. Embora o colesterol LDL (lipoproteína de baixa densidade) seja comumente associado ao aumento do risco cardiovascular, pesquisas indicam que, em algumas faixas etárias, níveis mais altos podem estar relacionados a uma maior expectativa de vida. Esse fenômeno é conhecido como “paradoxo do colesterol”. Em certos grupos, como os idosos, o colesterol LDL pode ter um papel protetor, auxiliando na defesa contra infecções e melhorando a função imunológica, o que desafia a crença de que níveis elevados sempre são prejudiciais à saúde.
O colesterol é uma gordura essencial para o corpo humano, com funções vitais como a produção de hormônios e a reparação celular. No entanto, a preocupação com o colesterol LDL como fator de risco para doenças cardíacas levou à adoção de diretrizes rigorosas para seu controle. Embora a redução de colesterol LDL tenha sido amplamente recomendada, especialmente para pessoas com histórico de doenças cardíacas, a relação entre colesterol elevado e mortalidade se revela mais complexa em idosos, onde níveis altos de LDL não parecem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, e sim estar associados à longevidade.
O “paradoxo do colesterol” levanta questões sobre a adequação de tratamentos preventivos em pessoas sem histórico cardiovascular, especialmente com o aumento da prescrição de estatinas. Em prevenção primária, a redução do colesterol LDL nem sempre resulta em benefícios claros, sendo que os efeitos colaterais, como dores musculares e risco de diabetes, podem superar as vantagens do tratamento. Isso gera um debate sobre o uso excessivo de medicamentos, com implicações para a saúde pública e o custo associado a essas intervenções, especialmente quando o risco de doenças cardíacas é baixo.