O maior circo da Itália foi fechado por decisão judicial após ser acusado de exploração de trabalhadores imigrantes sem documentos. O Circo Madagascar, localizado em Turim, teve suas operações interditadas pela unidade de proteção ao trabalho da polícia Carabinieri, que também apreendeu equipamentos, veículos e bloqueou as contas bancárias do proprietário. A investigação, que teve início em abril de 2023, apontou que quatro trabalhadores indianos foram forçados a viver em condições degradantes e a trabalhar longas jornadas sem as devidas garantias de segurança.
De acordo com os investigadores, os trabalhadores viviam em uma caravana com outras 10 pessoas, com acesso restrito a um único banheiro. Além disso, eram obrigados a pagar entre 180 e 250 euros por semana, enquanto trabalhavam sete dias por semana, pelo menos 10 horas diárias. O caso veio à tona após um dos trabalhadores ter sido hospitalizado em coma devido a um acidente de trabalho em Gênova, onde o circo estava em turnê. A investigação revelou que o trabalhador havia caído de uma grande altura enquanto desmontava a estrutura do circo.
A exploração de trabalhadores migrantes é um problema recorrente na Itália, especialmente em setores como moda, construção, agricultura e restaurantes. O caso do Circo Madagascar lança luz sobre as condições de trabalho em algumas empresas que dependem de mão de obra imigrante vulnerável, sendo mais um episódio de uma série de abusos que afetam os direitos trabalhistas e a dignidade humana desses trabalhadores.