Em 1944, o físico brasileiro Joaquim da Costa Ribeiro descobriu o efeito termodielétrico, fenômeno que envolve a eletrificação de materiais dielétricos quando há uma mudança de temperatura. Utilizando cera de carnaúba, Costa Ribeiro observou que, ao derreter o material, surgia uma corrente elétrica entre as fases sólida e líquida, uma descoberta inédita na época. Essa pesquisa, apesar de não ter gerado uma invenção direta, abriu portas para avanços em diversas áreas da tecnologia, como microfones de celulares e sensores utilizados em dispositivos eletrônicos.
Embora o efeito tenha sido inicialmente reconhecido no Brasil, onde o fenômeno foi nomeado “efeito Costa Ribeiro”, a repercussão internacional se deu apenas após cientistas norte-americanos, como Everly John Workman e Steve Reynolds, descreverem fenômeno semelhante nos anos 1950, levando a controvérsias sobre o devido reconhecimento. A descoberta de Costa Ribeiro contribuiu significativamente para o entendimento dos eletretos e suas aplicações em acústica, sensores e até na meteorologia, facilitando o desenvolvimento de tecnologias em campos como nanotecnologia e sensores remotos.
Além de seu impacto científico, Costa Ribeiro foi um dos fundadores do CNPq e desempenhou um papel fundamental na criação de políticas de fomento à pesquisa científica no Brasil. Seu legado é reconhecido por meio do Prêmio Joaquim da Costa Ribeiro, concedido pela Sociedade Brasileira de Física. Apesar das dificuldades da época, quando as condições de financiamento eram precárias, Costa Ribeiro deixou um legado duradouro, com implicações ainda exploradas no estudo de fenômenos naturais e tecnológicos.