O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) divulgou um estudo que revela que as cidades localizadas no interior da Amazônia têm a pior qualidade do ar do Brasil. Entre 2023 e 2024, a combinação de secas, queimadas e a fumaça resultante desses fenômenos tem deteriorado a qualidade do ar na região. O monitoramento da Amazônia Legal foi realizado por meio de 187 sensores instalados nos estados que compõem essa área. O estudo destaca que, embora haja uma preocupação constante com a qualidade do ar nas grandes cidades, as áreas rurais e remotas da floresta também enfrentam sérios problemas de poluição, frequentemente ignorados.
A poluição do ar na Amazônia é causada, principalmente, pelas queimadas, que impactam diretamente a saúde pública das populações locais. Segundo o Ipam, as comunidades indígenas e tradicionais da região, que habitam áreas mais preservadas, também são afetadas pela fumaça das queimadas. O alerta foi dado após o monitoramento do ar na região do Xingu, onde a qualidade do ar foi registrada como 53 vezes pior do que o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A situação é particularmente alarmante, considerando que essas comunidades vivem em áreas que deveriam ter um ar mais limpo e preservado.
Os pesquisadores destacam que a poluição nas cidades do interior da Amazônia representa um desafio urgente para a saúde pública e para a preservação ambiental. Embora a atenção sobre a qualidade do ar no Brasil normalmente se concentre nas grandes metrópoles, as áreas do interior da floresta apresentam condições ainda mais graves. O estudo aponta que a poluição do ar nas regiões amazônicas deve ser considerada uma prioridade nacional, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente no que se refere à Ação Contra a Mudança Global do Clima.