A prefeita de São Francisco, London Breed, após um jantar com o presidente chinês Xi Jinping, iniciou uma negociação para trazer pandas à cidade, uma estratégia que visava impulsionar o turismo local e melhorar sua imagem política. A solicitação, que foi acompanhada por uma série de viagens diplomáticas e negociações, revela como a China tem usado os pandas como uma ferramenta de influência em nível local nos Estados Unidos. Ao longo dos anos, essas negociações se transformaram em um mecanismo para cultivar relações políticas e moldar posições sobre questões sensíveis, como Taiwan. Embora as trocas de pandas sejam frequentemente vistas como iniciativas de conservação, há um crescente entendimento de que elas também desempenham um papel importante na diplomacia chinesa.
A China, por meio de organizações como a Associação do Povo Chinês para Amizade com Países Estrangeiros, tem aumentado suas ações de influência em governos locais dos EUA, especialmente à medida que sua presença em Washington diminui. Esses esforços incluem reuniões com prefeitos e outros líderes municipais, como as ocorridas em São Francisco, San Diego e Oakland. Embora as trocas de pandas sejam oficialmente voltadas para a conservação e o intercâmbio cultural, especialistas em segurança e inteligência alertam que esses gestos podem ser usados para promover a agenda política da China, pressionando figuras políticas locais a suavizar suas críticas ao governo chinês.
Além disso, o programa de pandas tem sido alvo de críticas, com investigações apontando que, em muitos casos, a China capturou mais pandas do que liberou de volta à natureza. Apesar disso, os zoológicos americanos continuam a buscar a presença dos pandas, dada a grande atração turística que eles representam. A situação é um reflexo da crescente importância da diplomacia local, que tem sido usada pela China para fortalecer sua imagem internacional e expandir sua influência, especialmente em tempos de tensões com o governo federal dos EUA.