A China iniciou uma investigação sobre as importações de carne bovina, abrangendo o período de janeiro de 2019 a junho de 2024, em resposta a solicitações de associações do setor pecuário doméstico. O objetivo é avaliar se o aumento expressivo das importações tem causado prejuízos à indústria local, que enfrenta queda acentuada nos preços e dificuldades financeiras. Entre os principais fornecedores do mercado chinês estão Brasil, Argentina e Austrália, que não devem sofrer impactos imediatos, de acordo com a Abiec, entidade que representa exportadores brasileiros.
Apesar da movimentação, o comércio com a China permanece estável, sem alterações tarifárias ou cotas preliminares. O Brasil, maior fornecedor de carne bovina para o país asiático, exporta cerca de 50% do volume importado pela China, que não consegue atender sua demanda com produção interna. A investigação pode levar até um ano para ser concluída, e qualquer eventual medida dependerá dos resultados, como a possibilidade de cotas e aumento de tarifas.
A decisão reflete a tentativa chinesa de proteger sua indústria de carne bovina, prejudicada por preços baixos e crescente concorrência de importados. Em paralelo, Pequim avalia restrições em outros setores, como lácteos e suínos, em resposta a medidas tarifárias externas. O governo brasileiro, por sua vez, busca reforçar que as exportações brasileiras complementam a produção local chinesa, sem prejudicá-la, enquanto os exportadores mantêm otimismo com o cenário atual.