A China anunciou, no último domingo (22), que adotou medidas contra duas instituições canadenses e 20 pessoas envolvidas em questões de direitos humanos, relacionadas ao tratamento de uigures e ao Tibete. As sanções, que entraram em vigor no sábado, incluem o congelamento de bens e a proibição de entrada das pessoas e entidades afetadas no país. As organizações citadas foram o Projeto de Defesa dos Direitos dos Uigures do Canadá e o Comitê Canadá-Tibete. O governo chinês afirmou que as ações são uma resposta a atividades que considera “interferências” nos assuntos internos da China.
A situação dos uigures, uma minoria étnica muçulmana que vive na região de Xinjiang, tem gerado críticas de grupos de direitos humanos, que acusam Pequim de cometer abusos generalizados, como o uso de trabalho forçado. A China, por sua vez, nega qualquer alegação de violação de direitos humanos, justificando suas ações como necessárias para combater o extremismo na região. Em relação ao Tibete, a China defende que sua presença no território desde 1950 foi uma “libertação pacífica”, embora a comunidade internacional, incluindo grupos de exilados tibetanos, tenha condenado as políticas adotadas na região.
As sanções impõem restrições a 15 indivíduos ligados à organização uigur e a 5 pessoas do comitê tibetano, afetando seus bens e proibindo sua entrada na China, inclusive em Hong Kong e Macau. O Ministério das Relações Exteriores da China não forneceu mais detalhes sobre a extensão das medidas. Até o momento, a embaixada canadense em Pequim e outros representantes de grupos de direitos humanos não responderam aos pedidos de comentário sobre a situação.