Neste 15 de dezembro, Chico Mendes, um dos maiores defensores da Amazônia, completaria 80 anos, se não tivesse sido assassinado em 1988, aos 44 anos. Nascido e criado na floresta, em Xapuri, no Acre, Mendes dedicou sua vida à proteção ambiental e aos direitos dos povos tradicionais da Amazônia. Sua trajetória começou nos seringais, onde trabalhou desde criança, e foi marcada por uma ascensão política que o levou a fundar movimentos como o Conselho Nacional dos Seringueiros e a Aliança dos Povos da Floresta. Ao longo dos anos, ele se tornou uma figura central na luta contra o desmatamento e em defesa dos direitos dos extrativistas, indígenas e ribeirinhos.
Chico Mendes inovou com práticas como o “empate”, uma estratégia pacífica de resistência contra o desmatamento, que envolvia a mobilização dos trabalhadores da floresta para impedir a ação dos latifundiários. Sua luta pela criação de reservas extrativistas (Resex) e a implementação de políticas públicas que garantissem a preservação ambiental e o modo de vida tradicional dos povos da floresta continua a ser um dos maiores legados deixados por ele. Para sua filha, Ângela Mendes, o legado de seu pai se reflete na contínua defesa das terras e dos direitos dos jovens que vivem nessas regiões, garantindo que a floresta permaneça preservada e que as populações tradicionais continuem a desempenhar seu papel de guardiões do território.
Apesar da perda precoce de Chico Mendes, seu trabalho e suas ideias seguem vivos, inspirando movimentos ambientais e sociais ao redor do mundo. Para seus amigos e companheiros de luta, sua partida representou uma perda imensurável para a Amazônia e para o planeta. Contudo, a militância e as iniciativas que ele fundou seguem em ação, com a conscientização de que o futuro da região passa pela manutenção da floresta em pé e pela promoção de alternativas sustentáveis de desenvolvimento. O movimento iniciado por Chico Mendes continua a dar frutos, com uma nova geração de ativistas que segue seus passos na defesa da Amazônia e de seus povos.