O Censo Demográfico 2022 revelou que a população indígena no Brasil é mais urbana do que rural, com 53,97% dos indígenas vivendo em áreas urbanas, o que corresponde a aproximadamente 915 mil pessoas. Em comparação com o Censo anterior de 2010, houve um aumento expressivo, já que a porcentagem de indígenas urbanos era de apenas 36,22%. A população rural indígena, por outro lado, correspondeu a 46,03% do total, ou cerca de 780 mil pessoas. O crescimento da população indígena, que aumentou 88,96% nos últimos 12 anos, é atribuído a um mapeamento mais detalhado das comunidades, especialmente nas zonas urbanas.
Em termos regionais, o Sudeste se destaca como a área com maior concentração de indígenas urbanos, com 77,25%, seguido pelo Nordeste, com 62,3%. O Centro-Oeste e o Sul possuem maiores proporções de indígenas rurais, com 62,05% e 58,2%, respectivamente. No Norte, a distribuição entre as populações urbana e rural é equilibrada. Além disso, o estudo destaca uma faixa etária diferenciada: a população indígena urbana tem uma idade mediana de 32 anos, enquanto a rural é bem mais jovem, com uma idade mediana de 18 anos.
O levantamento do IBGE, que coleta dados em todos os municípios do Brasil, também trouxe informações sobre a composição de gênero. Em áreas rurais, a população masculina predomina, com 105,71 homens para cada 100 mulheres. Já nas zonas urbanas, a proporção é invertida, com 90,25 homens para cada 100 mulheres, o que se aproxima da média nacional. O Censo 2022 é essencial para a formulação de políticas públicas e alocação de recursos, embora tenha sido adiado duas vezes devido à pandemia e a dificuldades orçamentárias.