A seca no Brasil, que já dura 18 meses, tem causado sérios impactos em diversas regiões do país. Iniciada em junho de 2023, a estiagem afeta mais de 5 milhões de quilômetros quadrados, ou 59% do território nacional, com 137 cidades enfrentando ao menos nove meses consecutivos de seca. A crise tem gerado danos econômicos e sociais significativos, incluindo a escassez de água, perdas no setor agropecuário e o aumento de comunidades isoladas. A situação é particularmente grave no Norte, onde a cidade de Santa Isabel do Rio Negro, no Amazonas, enfrentou 14 meses de estiagem.
O fenômeno El Niño e outros fatores climáticos, como bloqueios atmosféricos e o aquecimento do Atlântico Tropical Norte, intensificaram a seca. Esses fenômenos alteraram os padrões de chuva e elevam as temperaturas, agravando a crise hídrica e contribuindo para o aumento das queimadas em biomas importantes, como a Amazônia e o Pantanal. Além disso, os incêndios ilegais agravaram ainda mais a qualidade do ar, afetando vastas áreas e tornando a situação ainda mais difícil para a população.
Embora as expectativas iniciais apontassem para uma possível trégua em novembro de 2024, a seca continua a se intensificar, especialmente na região central do Brasil. A estação chuvosa, que deveria ter começado em outubro, não trouxe alívio, e a chegada do verão pode piorar o cenário devido ao aumento da evaporação. Especialistas afirmam que a recuperação das áreas afetadas exigirá um período prolongado de chuvas acima da média, o que deve demorar a ocorrer, mantendo o país em um estado de alerta até março de 2025.