O Natal, comemorado mundialmente no dia 25 de dezembro, tem ganhado diferentes significados em diversas culturas e religiões. Embora no cristianismo a data celebre o nascimento de Jesus, no Brasil, ela também é marcada por momentos de união familiar, troca de presentes e caridade. Para as comunidades de religiões de matrizes africanas, como a Umbanda e o Candomblé, o Natal é visto como uma ocasião para a confraternização e a renovação dos laços afetivos, mais do que como uma celebração religiosa. Essas tradições destacam o valor da união, da solidariedade e do amor ao próximo, princípios que são praticados ao longo do ano e não apenas nas festas de final de ano.
Na Umbanda, por exemplo, o Natal é um período de encontros e caridade. Centros religiosos, como o Centro de Umbanda Paz e Justiça, realizam confraternizações que envolvem doações, brincadeiras como amigo secreto, e sorteios de brindes para famílias em situação de vulnerabilidade. Além disso, é um momento de reflexão e planejamento para o ano seguinte, em que se busca fortalecer os laços comunitários e espirituais. A figura do Papai Noel é respeitada como parte do imaginário infantil, enfatizando a importância de manter a magia e a fantasia na vida das crianças, especialmente em tempos de adversidade.
No Candomblé, as celebrações não coincidem com o calendário católico, sendo o fechamento do ano ritualizado em agosto, com a celebração das Águas de Oxalá. No entanto, durante o Natal, as famílias se reúnem em suas casas para momentos de amor e união, compartilhando alimentos e fortalecendo os vínculos familiares. O sentimento de solidariedade também é vivenciado ao longo do ano, com atividades de arrecadação e doações realizadas por terreiros como o Ilé Maroialaji – Terreiro do Alaketu. A busca pela educação e pelo cuidado do próximo é central na prática dessas religiões, reforçando o compromisso com a caridade e a união em todos os dias do ano.